sábado, 25 de maio de 2013

Friends, Drinks and Rock and Roll

Neste momento eu estou rindo e vendo a cara de felicidade dos meus amigos, estou girando ao som da música, meu corpo está tão leve que tenho a sensação de que vou sair voando a qualquer momento. A euforia acelera meu coração, então, ele me beija. Não se precipitem, somos só amigos, mas o beijo dele é tão bom... não há nada de errado com a gente, estamos felizes, estamos suando de tanto dançar, pular, berrar, cantar. Ela também me beija em seguida, um beijo curto, um beijo de carinho, de amizade. Não estou bêbada, mas bebi o suficiente para aquecer meu corpo neste inverno congelante, algúns de meus amigos estão começando a tirar a roupa, subir nas mesas, se beijam freneticamente, o responsável pela música está fazendo um ótimo trabalho, SEX PISTOLS tocando a uma altura considerávelmente alta.
Hoje, quando acordei, estava com vontade de morrer, mas agora estou bem, eles estão aqui comigo, agora eu sou independente, agora sou dona de mim, agora, TENHO O MUNDO A MEUS PÉS!






- Carol T. Hosho

quinta-feira, 2 de maio de 2013

-Você é uma vadia.

Não ouve variação alguma em sua voz, ele estava calmo, decepcionado, crente de que eu era a errada, crente de que ele estava fazendo a coisa certa e defendendo a vítima.
Ela estava atrás dele com aquele sorriso nos lábios, sorriso do coringa, parecia que a qualquer momento iria me engolir, ela olhava satisfeita, ainda com lágrimas nos olhos, lágrimas perfeitamente interpretadas como a boa atriz que era. Sabia que tinha vencido, eu não tinha mais nenhuma chance, não havia alternativa.

Uma pessoa normal teria chorado de raiva, berrado e esperneado. Eu mesma o teria feito em outra época, mas dessa vez... dessa vez apenas sorri e engoli a raiva. Olhei para o lado como se alguém tivesse me chamado, tornei a voltar os olhos para ele, ignorando a existência da vívora, o fitei com olhar de súplica mas não ouve mudança no semblante dele, dei meia volta sobre mim e voltei por onde minutos atrás tinha vindo toda contente.

Nessa história não há nada de incomum, e aposto que se repetiu antes inúmeras vezes, mas sentir a dor da perda da pessoa amada nunca é fácil. Perdi meu melhor amigo para uma piranha, uma da pior espécie, ela apresentou sua versão dos fatos, eu a minha, e ele preferiu acreditar na maldita! Ele desacreditou minhas palavras porque estava, dizia, "apaixonado".





Era um Sábado à tarde, ele tinha me ligado um dia antes para a gente se ver, tomar um sorvete (de maracujá, o nosso favorito) e fazer as pazes.
Fazia dias que haviamos brigado de novo, eu não aprovava de jeito nenhum esse namoro dele e ele dizia que era ciúmes. Não aprovava porque a bisca que ele tinha como namorada havia traido um conhecido meu antes, eu nã tinha falado muito com ela, mas o suficiente para ver que ela era uma falsa desnaturada e mal comida (desculpem o palavreado).
Mas isso não importava, porque agora iriamos selar nossa amizade com nada mais e nada menos do que um bom sorvete de maracujá!
Infelizmente minha cara de felicidade extrema se fechou quando vi ele chegando com ela agarrada ao braço dele como um carrapato, os dois rindo um para o outro, conversando normalmente até chegarem um pouco mais perto, o suficiente para ele reparar em minha cara de "vou pular no pescoço da vadia".
-Oi Caah. Essa é a Marta. - Nesse momento ela sorrí para mim, triunfante.
-Oi "Caah". Tudo bem?
Olho para ela, depois para ele, gaguejo sem saber o que falar, meu susto foi tal que mal consegui reaccionar, então, como sempre acontece quando tô com muita raiva, perco o juízo.
-O que essa vadia esta fazendo aqui Du?
-Porra Caah! Eu achei que fosse uma boa ideia vocês se conhecerem melhor, o que deu em você?
-Como assim o que deu em mim? Eu ja disse que não gosto dela e não vou gostar, eu vim aqui para ver você e não para ver como essa piranha te hipnotiza.
-Qual é a tua menina? eu não te fiz nada! - Ela da uma passo atrás e começa a chorar, comovendo ele. Coisa que me deixa ainda mais posessa, e quem me conhece, sabe como sou quando fico com raiva, começo a falar um monte de merda sem parar para pensar nas consequências, nem parece que sou eu quem fala, é como se a parte ruim de minha alma se apoderasse do meu corpo.
-Aaah coitadinha! A putinha ta chorando! Muito injusta eu né? Porque você não conta pro teu amorzinho como você chifrou o Guilherme com a irmã dele? Ou isso sou eu que tô inventando? Vai lá na esquina rodar bolsinha que assim pelo menos você ganha uma grana pra pagar as aulas de teatro, porque esse chorinho escroto não ta colando, viu querida?
-Cala a boca!
-Du pelo amor de deus! você não vê que o único que ela quer é te pegar e te largar? se manca! ela não te ama, e você fica aí fazendo papel de bobo, acreditando na falsidade dela.
Agora ele fica com raiva de verdade, e percebo porque os olhos dele ficam vermelhos, ele me olha com aquele olhar duro de pai descepcionado e começa a gritar.
-Quem não se manca é você! O teu problema é que você não consegue ser feliz com ninguém e tem que vir estragar a felicidade dos outros, ja se perguntou porque ninguém te quer? Talvez o problema seja você, a final de contas. O Rick me disse que você andava demais com os meninos. - A voz dele ficou mais calma, mas segura de si. Enquanto ele falava eu sabia exatamente o que ele iria dizer. Eu sabia o que ele estava fazendo.
-Não.. cala a boca!
-Você é uma vadia!

 Uma pessoa normal teria chorado de raiva, berrado e esperneado. Eu mesma o teria feito em outra época, mas dessa vez... dessa vez apenas sorri e engoli a raiva.


-Carol T. Hosho













domingo, 28 de abril de 2013

Bibliotecaria e QI

-Cheirinho de café fresco.
-Cheiro de biblioteca.  
-Com a tipica bibliotecaria de cabelo preso em um coque, óculos na ponta do nariz e roupa de secretaria.
-E um lápis BIC Evolution prendendo o coque. Aquele verdinho que deve ser feito de cristal pra quebrar tão fácil assim.
-Aaah bibliotecaria... *suspiro* sempre pronta para tirar a caneta rapidamente do coque e enfiar a tampinha na traqueia de quem ouse fazer barulho.
-Ouse. Ouse abrir a boca!
-Nós seriamos as duas meninas que mais frequentam a biblioteca, aquelas que quando chegam, a bibliotecaria dirige um ávido sorriso e diz: Queridas! Que ótimo vê-las de novo.
-Depois que essa bibliotecária falasse ''Queridas! Que ótimo vê-las de novo'', eu falaria ''eu sei'' pra variar.
-Eu costumava ir à biblioteca municipal para ler Edgar Allan Poe.
-Ele parece aquele professor de história que era do 9AM ano passado. Lembra, não lembra?



Eis a parte digamos, intelectual da conversa entre duas meninas com sérios problemas, agora vem a parte verdadeiramente preocupante.



-Que titulo devo dar a esta conversa?
-Eu...eu não sei.
-Pensa, você é a inteligente.
-Domingo leva meu QI embora pras colinas do Alaska.
-Domingo leva o QI de todos para aquele lugar onde devem estar os QIs das "loiras"
-Só que os QIs delas ficam lá e nunca mais voltam. Já o meu volta voando e soltando purpurina graças a deus. Eu imaginei a situação porque tenho problemas mentais, Sério.
-Como diria a Lulie, você é problematica.
-Só sou criativa
-Diga, você que é capaz de imaginar um QI voando, que aparência tem um QI ?
-Ah, sei lá, imaginei nada em meio ao nada só que com um monte de purpurina.
-Com isso concluímos que o QI é transparente.

-Carol T. Hosho
Colaboração de ✿Bruna Passos✿